Início
da colonização
Formado em engenharia
civil em 1914, Luiz Ferraz de Mesquita iniciou sua atividade profissional, na
demarcação judicial das terras da Fazenda Monte Alegre à margem direita do Rio
do Peixe, quando a Estrada de Ferro Sorocabana atingia com suas linhas, em
tráfego, a cidade de Assis, Monte Alegre é denominação vaga que servia para
designar todas as terras entre o Rio do Peixe e Aguapeí
aproximadamente até Bastos até a barraca do Rio Paraná.
O trabalho de
demarcação terminou em 1918 e ele recebera terras como pagamento de seus
serviços. Na abertura de uma das picadas, quando atravessavam um dos afluentes
do Rio do Peixe, perderam-se três balizas, então o denominaram de Ribeirão Baliza.
Ainda em 1918 empreendeu Luiz Ferras de Mesquita a primeira abertura de uma
clareira na mata virgem à margem esquerda do Ribeirão Baliza, onde se localizaram as primeiras famílias chefiadas pelo patriarca
Benedito Lopes. Todavia, a colonização da referida região foi iniciada
praticamente por volta de 1927, quando o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita iniciou a
abertura e formação da Fazenda Baliza e a seguir de Santa Cecília. Nessa mesma
época chegaram pela Sorocabana, imigrantes Russos e
outros Eslavos que negociando com o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita se
estabeleceram nos bairros de Baliza e Água Grande. A gleba que ira formar a
Fazenda Baliza e Santa Cecília foi ligada à José
Theodoro (Martinópolis), de onde Luiz Ferraz de
Mesquita passou a orientar e dirigir os trabalhos de desbravamento e
colonização.
Os colonos,
principalmente estrangeiros que compravam terras de sua propriedade, tinham que
parar no Baliza para iniciar a derrubada das terras que havia adquirido o que
fez dela um patrimônio centro de colonização, tendo o Dr. Mesquita tendo que
instalar uma serraria e uma máquina de beneficiar arroz.
Em 1929, João de
Arruda, abrindo uma clareira na mata virgem construindo o primeiro rancho,
dando origem ao patrimônio chamado "Zona da Mata", ou seja, a origem da atual
Lucélia. Na realidade não passou de dez a doze casas e corresponde
presentemente ao local ocupado pelo cemitério e algumas chácaras. A cidade
de Lucélia, sede do município do mesmo nome não surgiu ao acaso mas de um plano urbanístico e econômico racional idealizado
pelo engenheiro Luiz Ferraz de Mesquita. Parece que para não arcar sozinho com
toda a responsabilidade de vendas de lotes, procurou associar-se ao Sr. Max Wirth e a C.A.I.C
(Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização). Em 1939, se deu a fundação
de Lucélia, no município de Martinópolis
Feito o traçado da
cidade, ergueu-se na avenida principal que é ponto mais alto do espigão divisor
das águas do Peixe e Aguapeí, uma capelinha em 24 de
junho de 1939 foi realizada a primeira missa do povoado pelo padre Gaspar
Cortez Aguilar.
Lucélia
desenvolveu rapidamente em virtude econômicas das terras. É curioso observar
que até 1944 as terras de Lucélia pertencia às
comarcas de Araçatuba, Guararapes, Martinópolis, Tupã
e Valparaíso. A própria povoação estava assim
dividida: do lado direito da avenida Internacional, do
início até a atual praça José Firpo, pertencia ao
município de Guararapes; continuando até onde estava a Indústria de Óleo Granol, pertencia ao município de Valparaíso.
Do lado esquerdo da avenida Internacional do início
até a altura da Granol pertencia ao município de Martinópolis.
Graças ao
prestígio do seu fundador, Lucélia foi elevada de uma só vez à categoria do
Distrito de Paz, Município e Comarca pelo Decreto Lei Nº 14.334 de 30 de
novembro de 1944. O município de Lucélia foi criado com sede no povoado do
mesmo nome e com terras desmembradas dos municípios de Andradina, Valparaíso, Guararapes, Martinópolis,
Presidente Prudente, Presidente Bernardes, Santo Anastácio e Presidente
Venceslau. O referido município contou inicialmente com os Distritos de Paz de Agapeí do Alto (Flórida Paulista), Guaraniúna
(Pacaembu) e Gracianópolis (Tupi Paulista).
A partir de 1939,
Luiz Ferraz de Mesquita fez de tudo por Lucélia e conseguiu oito estradas
convergentes, sendo três de acesso à Estrada de Ferro Sorocabana (Rancharia, Martinópolis, Presidente Prudente), três para a estrada de
Ferro Noroeste (Valparaíso, Gararapes
e Araçatuba) e as duas de saída e chegada pelo espigão da Companhia Paulista.
Com a elevação de
Lucélia a município na época da Ditadura o seu primeiro prefeito foi por
nomeação do interventor estadual, que na época era o Sr. Adhemar Pereira de
Barros concunhado do Dr. Mesquita em que recaiu a nomeação de prefeito.
Desde a elevação
de Lucélia a município, somente o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita fora nomeado
Prefeito pelo Interventor Estadual (Governador do Estado). Todos os demais
foram eleitos democraticamente.
Fundador
de Lucélia
LUIZ FERRAZ DE MESQUITA,
fundador da cidade, foi um verdadeiro bandeirante dos tempos modernos.
Nas primeiras décadas deste século, em pleno sertão bruto do
noroeste do Estado de São Paulo, viveu acampado, em grandes trabalhos de geodésia.
Derrubou florestas e abriu estradas,
trabalhos que lhe renderam como pagamento a área onde anos mais tarde pôde
realizar o sonho de sua mocidade ativa e empreendedora: fundar uma cidade!
No final da década de 30, nas terras que ganhou, traçou os
lineamentos de Lucélia.
Demarcou as ruas e as praças e iniciou o loteamento daquela que
seria desde então "a pupila de seus olhos."
Como fruto deste trabalho que o mantinha quase sempre distante de
sua família, sustentou, na Capital sua prole numerosa - 10
filhos - educados e formados sob supervisão dedicada de sua esposa
Cecília.
Da união da sílaba LU de seu nome e da sílaba C E do
nome de sua esposa Cecília, acrescidos da desinência LIA,
tão comum nas cidades da vizinhança, tais como Gália, Cabrália, Marília, surgiu
o nome LUCÉLIA.
Tornada Comarca na década de 1.940, Luíz
Ferraz de Mesquita foi seu primeiro prefeito municipal, ocorrendo na gestão, a primeira eleição para presidente da República, depois da
ditadura Vargas, sendo eleito o Marechal Dutra."
Faleceu em Lucélia no dia 14 de
novembro de 1.960, deixando a viúva, os 10 filhos e mais de 30 netos... e a comunidade pela qual sonhou e viveu.
A
primeira planta de Lucélia
Vejam na imagem abaixo, a primeira planta da cidade de Lucélia,
elaborada pelo Dr. Luiz Ferraz de Mesquita
Essa planta foi o documento
utilizado pela empresa L.F. Mesquita quando se
iniciou a venda de terrenos para a formação da cidade de Lucélia.
O Portal Nossa Lucélia agradece a família Galetti,
na pessoa do Sr. Diógenes Galetti que gentilmente
cedeu uma cópia desse documento e autorizou a publicação do mesmo.
A cidade de Lucélia, não surgiu ao acaso, mas de um plano
urbanístico e econômico racional idealizado pelo engenheiro Luiz Ferraz de
Mesquita. Em 1.939, deu-se a fundação de LUCÉLIA, no município de Martinópolis a
Com a área já estava totalmente demarcada, foi lançado um
panfleto para divulgar a venda dos terrenos ao povo daquela época que desejavam
se instalar na região no novo município de Lucélia.
O panfleto que dizia: "Lucélia, A
cidade da terra boa" e "Quem vai adiante bebe água limpa", tinha a
responsabilidade de L.F. Mesquita, com sede à Rua Conselheiro Crispiniano, nº. 29 na cidade de São Paulo.
Um distrito chamado Balisa
José Carlos Daltozo - MTb 32.709
Hoje é uma simples pastagem, cortada por um riacho
assoreado denominado Balisa, mas já foi de grande
importância para as cidades de Martinópolis, Lucélia e
Osvaldo Cruz. Estamos falando do antigo distrito de Balisa,
que pertenceu originalmente a Martinópolis e depois
da emancipação de Lucélia, em fins de 1944, passou a ser distrito daquela
cidade da Alta Paulista.
Quando surgiu o povoado de Califórnia, atual cidade de
Osvaldo Cruz, este também passou a pertencer juridicamente ao distrito de Balisa, como bem informa o escritor José Alvarenga em seu
livro Osvaldo Cruz - Achegas Históricas: "...a 16
de novembro de 1942, pelo decreto-lei estadual nº
Em recente visita à cidade de Lucélia, entrevistei alguns
imigrantes eslavos e fiz um ligeiro apanhado histórico da chegada deles neste
longínquo rincão do Brasil. Eles fugiam do comunismo e da pobreza reinante na
então União Soviética e nos países satélites. Eram russos, ucranianos, romenos,
búlgaros, entre outros, que ao chegar ao Brasil se espalharam por várias
cidades do interior paulista. Ficaram sabendo da venda de terras em suaves
prestações, por parte de Luiz Ferraz de Mesquita, que estava parcelando parte
de sua fazenda de 2.735 alqueires, tendo denominado-a Fazenda Balisa. Mesquita obteve essa fazenda como pagamento pelos
seus serviços de agrimensor na demarcação de terras da gigantesca Fazenda Monte
Alegre. Deu esse nome ao local porque perdeu três balisas
de demarcação nas proximidades do ribeirão que cortava o loteamento rural.
Ficava a cerca de
O povoado de Balisa era pequeno,
mas a zona rural ao redor era formada de terras férteis, chegando a ter 2.756
habitantes. Segundo entrevista do autor deste artigo com Stepam
Povliuki, em junho de 1997, para o jornal Folha da
Cidade de Martinópolis, este relatou: "desci na
estação ferroviária de José Teodoro, nome antigo de Martinópolis,
no ano de 1932, me dirigindo ao povoado de Balisa,
onde já haviam outros russos, uma vez que um capataz
de uma fazenda nas proximidades era dessa nacionalidade e foi chamando os
conterrâneos. Lembro que Balisa chegou a ter umas
quarenta residências, cinco casas comerciais, uma igreja ortodoxa, uma
farmácia, uma serraria e um cemitério. Hoje nada mais existe no local, todo
mundo foi se mudando para Lucélia quando fundaram aquele povoado e venderam
terras baratas. Sou nascido em Pitronska, na Bessarábia, atual Romênia, mas na época que nasci, em 1918,
pertencia à Rússia. Tivemos muita dificuldade ao chegar no Brasil e, depois, na
adaptação ao clima e costumes da nova terra, pois não conhecíamos lavouras de
café, nem sabíamos como cultivá-lo. Também desconhecíamos a mandioca e frutas
como banana, mamão e manga. Aqui era tudo muito diferente."
No Histórico de Lucélia, fornecido pela Prefeitura daquela
cidade, consta que a colonização de Lucélia foi iniciada por volta de 1927,
quando o Dr. Luiz Ferraz de Mesquita iniciou a abertura e formação das fazendas
Balisa e Santa Cecília. Nessa mesma época chegaram
pela E.F.Sorocabana,
imigrantes russos e outros povos eslavos que, negociando com o Dr. Mesquita, se
estabeleceram nos bairros de Balisa e Água Grande. A
gleba foi ligada por uma estrada de rodagem ao povoado de José Teodoro (atual Martinópolis), de onde o Dr. Mesquita passou a orientar e dirigir
os trabalhos de desbravamento e colonização. Os estrangeiros que compravam
terras tinham que parar em Balisa para iniciar a
derrubada da mata, o que fez dela um patrimônio centro de colonização, com a
instalação de uma serraria e uma máquina de beneficiar arroz.
A cidade de Lucélia, fundada em
Lucélia tem um histórico curioso em seus primeiros anos de
vida, quando era um insipiente povoado e seu território fazia parte de Martinópolis. Os comerciantes estabelecidos no lado
esquerdo da atual Avenida Internacional pagavam seus impostos à Prefeitura de Martinópolis, enquanto parte dos comerciantes estabelecidos
no lado direito pagavam para a Prefeitura de Valparaíso
e outra parte para a de Guararapes.
A avenida, situada exatamente no espigão divisor dos rios Peixe-Aguapei, foi implantanda
exatamente na fronteira dos territórios dessas três cidades, uma da região Alta
Sorocabana e duas da região Noroeste. O Decreto 9.775, de 30.11.1938, que criou
o Município de Martinópolis, foi publicado no Diário
Oficial de 19.12.1938 e menciona, no final, a criação de Balisa
com as seguintes confrontações: "O distrito de paz de Balisa,
que fica criado, terá as seguintes divisas internas, com a sede do município de
Martinópolis: começam no rio do Peixe, na foz do
Ribeirão da Confusão e descem por aquele até a barra do ribeirão dos
Ranchos." Do outro lado, como dissemos anteriormente, ia até o espigão
divisor dos rios Peixe-Aguapeí. Uma entrevista
realizada há poucos meses com Jorge Cavlak, nascido
em Balisa e atualmente residindo em Lucélia,
esclarece que na realidade haviam dois pequenos povoados, um ao redor do
ribeirão Balisa, no local onde passava a estrada de
rodagem de Martinópolis para Lucélia, e outro um
pouco mais adiante, no ribeirão Água Grande. Mencionou vários nomes de pequenos
proprietários eslavos que residiam em sitios vizinhos
ao povoado e à estrada de rodagem. O sítio mais próximo à estrada era de Stefan
Paley, no sítio ao lado moravam os Trukshen, em seguida vinham os sítios de Inácio Brichiuk, Simão Popik e por
último Demétrio Bastinvadji. Do outro lado do
ribeirão, fazendo fronteira com esses proprietários, havia os sítios de Nicolau
Uzum, Jorge Delive, Basílio
Greck, Hartion, Afanásio, Jeremias Posledniak, Profor, Jacob e por fim Demétrio Cavlak.
Terminando os sítios havia a fazenda do Dr. Mesquita. Nos
fundos dos sítios dos primeiros citados, havia os sitios
de Jorge Mueulik, Jorge Puskof,
Basílio Kirkoff e João Berholf.
Do outro lado da estrada só havia dois pequenos proprietários, Stepan Pavioliuk e Pedro Peikof, em
seguida vinham as terras pertencentes à fazenda do Dr.
Zeferino Veloso. Jorge Cavlak informou também que a
igreja próxima à estrada, dentro do sítio dos Paley,
era protestante (Batista) e que a Igreja Ortodoxa Russa ficava um pouco mais
distante, na propriedade de Jeremias Posledniak. Um
padre russo visitava essa igreja poucas vezes por ano, devido à distância da
ferrovia e a precariedade das estradas. As recordações que ele tem do pequeno
povoado de Água Grande são poucas, ficava distante dois quilômetros de Balisa, em direção de Lucélia. Recorda-se da existência de
apenas uma casa comercial, uma serraria e um clube social e esportivo com o
nome de ABC. Ambos, Balisa e Água Grande,
desapareceram com o crescimento de Lucélia, principalmente depois da chegada da
Companhia Paulista de Estradas de Ferro e os atrativos e oportunidades de uma
cidade em franco desenvolvimento. Todos os eslavos foram vendendo, aos poucos,
suas propriedades rurais e mudando para Lucélia, até extinguir os dois
povoados.
A mãe do Jorge, Dona Helena, bastante idosa mas ainda muito lúcida, informou que nasceu na Bulgária,
acompanhou seu marido no desbravamento da região de Balisa,
onde morou muitos anos. O que mais se recorda são as festas rurais, onde as
mulheres podiam se alegrar um pouco. Isso porque os homens, mesmo trabalhando
de sol a sol nas lavouras, iam aos jogos de futebol nos finais de semana, ou
jogavam baralho, bebiam, viajavam para Martinópolis
buscar mantimentos, vender porcos, galinhas etc. As mulheres, no entanto,
passavam a maior parte de suas vidas trancadas em casa, costurando, bordando,
fazendo comida, cuidando dos filhos. Os bailes e as cerimônias religiosas eram
as únicas oportunidades que tinham de se divertir um pouco.
O jornalista Marcos Antonio Vazniac,
do jornal Gazeta Regional, editado em Lucélia, também é descendente de eslavos
e sempre que consegue algumas fotos antigas, publica-as no jornal onde trabalha, na seção Recordando.
Outro morador de Lucélia, o professor Jeová Severo da
Silva, escreveu uma monografia de conclusão de curso de Geografia na Unesp de Presidente Prudente sob o
tema "Lucélia-SP, do início ao meio: uma análise da evolução do
município", onde também faz breve apanhado histórico sobre Balisa, considerando-a o berço de sua cidade.
Quem passar pela estrada vicinal que liga Lucélia ao novo
município de Pracinha, em direção ao Rio do Peixe, verá um pequeno riacho
assoreado, barrancos de dois metros de altura nas laterais, algumas árvores nas
margens, terreno todo plantado com capim, alguns bois pastando, esse era o
local onde existiam os sítios dos russos e demais eslavos, onde um povoado
chamado Balisa foi formado, mas que desapareceu
completamente a partir da década de 1950. Foi um povoado de grande valor
histórico, pertenceu a Martinópolis
muitos anos e tornou-se a célula mater de duas
importantes cidades da Alta Paulista: Lucélia e Osvaldo Cruz. (Colaboração de
Marcos Vazniac).
Balisa o
distrito que desapareceu
A duas léguas do Bairro BALISA, no alto do espigão do Peixe/Aguapeí, acontecia muito rápido o nascimento de LUCÉLIA. E
com isso, começava o desaparecimeto do Bairro Balisa.
Nada mais existe no local, nem vestígios de construções. Apenas um rio chamada Balisa, que separa
Lucélia de Pracinha. Nas margens desse rio é que existia o povoado.
A reportagem da Folha da Cidade de Martinópolis, esteve no local em 1997 e encontrou um remanescente, um
senhor de origem russa, Stepan Povliuk que apesar dos
79 anos, ainda lúcido, contou o que sabia.
"Na época que vim para José Theodoro (nome antigo de Martinópolis), em 1932, já havia uma colônia russa no local
chamado Balisa. Ainda nem se pensava que existiria a
cidade de Lucélia.
O motivo de se juntarem muitos russos naquele local é que havia um
capataz de uma fazenda dessa origem e foi chamando os demais, espalhados em
várias cidades do interior paulista. Lá nas margens do rio Balisa,
chegou a ter umas quarenta residências, cinco casas comerciais, uma igreja
ortodoxa, cemitério, farmácia, uma serraria e hoje nada mais existe. Todos
venderam seus lotes baratos e mudaram-se para Lucélia,
quando abriram o novo povoado. Só eu estou ainda aqui, neste sítio. Sou nascido
em Pitronka, na Bessarábia,
atual Romênia. Quando nasci (27.10.1918), minha cidade pertencia à Russia.
A vida naquele tempo era uma dificuldade. Na roça, nosso povo não
estava acostumado com lavouras do tipo que se plantava aqui. Foi difícil se
acostumar com mandioca, café, banana, mamão, manga. Era tudo desconhecido para
nosso povo. Mas sobrevivemos e alguns descendentes hoje moram
em Lucélia". (Colaboração de Marcos Vazniac)
Colônia
de imigrantes eslávos foi pioneira em Lucélia
A história de nossa cidade data alguns anos antes de sua
emancipação política ocorrida em 1.944.
Um grupo de imigrantes Eslávos (russos,
romenos, búlgaros e ucranianos) construíram um povoado
situado no Bairro Baliza.
Ali construíram suas casas incluindo um cemitério, mas a colônia
dos eslavos não prosseguiu.
Com a fundação de Lucélia, o Bairro Baliza desapareceu e nada
restou no local. Os moradores desta colônia acabaram mudando para outras
cidades como São Paulo, Campinas, Maringá e Curitiba.
Um destaque sobre a colônia eslava do Bairro Baliza, é que os
imigrantes oriundos da Rússia, não aprenderem a falar nossa lingua,
e os filhos destas famílias lembravam muito a "Mãe Rússia".
Parte da memória da imigração destas famílias para o Brasil e consequentemente para Lucélia, devem estar nos arquivos do
Museu da Imigração em Santos e no Rio de Janeiro, ou em outros países como
Canadá, EUA, França e Alemanha, visto que estes imigrantes quando vinham para o
Brasil, pensavam que estavam indo para a América do
Norte (Canadá e EUA), pois parte de seus pertences foram transferidos para
outros navios que iam até aos países da América Anglo-Saxônica.
Estas famílias embarcavam nos portos de Hamburgo e Marselha. Cada
embarcação marítima ganhava por pessoas que transportavam.
Comarca
de Lucélia
A instalação da Comarca de Lucélia aconteceu em 13 de junho de
1945. O primeiro Fórum Av. Internacional, no prédio onde hoje funciona a
Coletoria e Juizado de Pequenas Causas.
O prédio atual do Fórum, lugar definitivo do Poder Judiciário,
tem sua marca inicial no ano de 1958.
O 1º Juiz de Direito da Comarca foi o Dr. Nelson Pinheiro Franco,
e o 1º Promotor Público foi o Dr. Otan
Olandim de Matos.
Prédios
da Avenida Internacional preservam a história de Lucélia
A cidade de Lucélia começou a ser colonizada, como toda a região
da Nova Alta Paulista, na década de 1920. Na época, o município recebeu a
influência de diversas colônias de imigrantes europeus, que ajudaram na
construção da futura cidade.
Lucélia teve sua colonização em uma época histórica e
economicamente denominada "Ciclo do Café".
Segundo o historiador e economista Caio Prado Jr., em sua obra
"História Econômica do Brasil", enquanto as cidades da Nova Alta
Paulista estavam sendo povoadas, no declínio do ciclo
cafeeiro, o Brasil entrava na industrialização. Em fotografias
publicadas na imprensa local, percebe-se que a Avenida Internacional, em
imagens da época, pouco mudou, se comparada aos dias de hoje.
A arquitetura do ciclo cafeeiro foi preservada - percebe-se esse
fato, por exemplo, nas construções que abrigam as principais lojas da Avenida
Internacional. As telhas francesas ainda cobrem o comércio daquela região, sem
perder o estilo de décadas.
A Avenida Internacional difere das demais avenidas de Lucélia e de
cidades da região, pois é a única avenida central de uma cidade que é torta, em
forma de "S". Existem algumas explicações para esse formato. Uma
delas dá conta de que a avenida tem esse formato por não ter sido projetada no
traçado original da cidade. Lucélia foi projetada na atual Vila Rancharia e a
avenida central do município, era para ser a Avenida São Paulo - atual Avenida
Vereador Jorge Mansur Filho.
Outra explicação é que a Avenida Internacional foi construída em
um Espigão, que divide o município em dois, pois as águas das chuvas que caem
naquela avenida acabam desaguando nos rios Feio e do
Peixe, e a construção de uma avenida nas vilas Rennó
e Rancharia seria inviável, pois sofreria, futuramente, com inundações.
Outra versão é que a Avenida Internacional era uma rua que ligava
os municípios de Lucélia a atual Inúbia Paulista, e de que o comércio se estabeleceu
rapidamente no local, transformando, mais tarde, a rua na principal avenida luceliense.
Muitos podem achar o trajeto da Avenida Internacional de pouca
beleza, pelo fato de ser "torta". Podem também achar que sua
arquitetura é inferior à arquitetura das avenidas de cidades vizinhas, como
Osvaldo Cruz e Adamantina. A favor de Lucélia pesa, no entanto, a sua história.
Se as cidades históricas de Minas Gerais (Ouro Preto, Mariana, São João Del
Rey, Sabará, etc) preservam sua arquitetura colonial
e são considerados patrimônios culturais e históricos da humanidade, recebendo
turistas de todo o mundo, nossa população também deveria observar a Avenida
Internacional e perceber, em cada metro quadrado, um pouco do seu passado
histórico: a época dos grandes carnavais; do cinema; dos barões do café; dos
desfiles memoráveis; a época em que Lucélia era pequena e suas ruas não eram
pavimentadas, sem muito conforto, mas deixando no ar um pouco do seu
"período colonial".
Igreja
Matriz
Os primeiros vestígios de Civilização Cristã em nossa região,
datam de 1.904, com o Frei Segismundo de Canazé, com a colaboração de outros frades capuchinhos que
igualmente trabalharam na missão ao lado dos índios coroados e xavantes.
A primeira capela foi construída em 1935 pelos imigrantes
alemães, sob a denominação Santo Antonio", no Bairro Colônia Paulista.
Em 1939 foi edificada uma capela de madeira na Avenida principal
de Lucélia.
Em janeiro de 1944, o então bispo de Cafelândia, Dom Henrique
César Fernandes Mourão nomeou o Pe.
Bernardo Reckers para desenvolver os trabalhos
pastorais em Lucélia.
Em janeiro de 1945 foi iniciada a construção da casa paroquial, em
terreno doado por Luiz Ferraz de Mesquita.
O Pe. Bernardo
já residia em Lucélia quando o Monsenhor Victor Mazzei, vigário capitular da diocese de Cafelândia,
publicou em 25 de maio de 1.945 o decreto de fundação da Paróquia Sagrada
Família e confiou a ele o posto de primeiro vigário da nova comunidade.
junho de 1.946, foi lançada a
primeira pedra para a construção da nova matriz, que em virtude de um forte
vendaval, desabou ainda em construção.
Em 28 de outubro de
Em 25 de fevereiro de 1.955 foi lançada a pedra fundamental para a
construção da atual Igreja Matriz.
No dia 19 de março de 1955, todas as atividades religiosas foram
transferidas para o salão onde funcionou por muito tempo o
Lucélia Futebol Clube.
A edificação da igreja teve um grande avanço a partir da posse em
06 de janeiro de 1957, do Padre FRANCISCO MAHR, que era engenheiro e foi quem
planejou a atual Igreja Matriz.
A primeira missa na nova Matriz foi celebrada em 08 de janeiro de
1.960.
Outro fato muito importante na história da Igreja Matriz, é a data de 29 de março de 1.968, quando foi recepcionada
em nossa cidade a imagem verdadeira de Nossa Senhora de Aparecida.
O
futebol médio (Society) foi inventado em Lucélia
O FUTEBOL MÉDIO, também chamado futebol suíço ou futebol society, foi idealizado em Lucélia no ano de 1966, e
reconhecido como invenção da Capital da Amizade, conforme Registro de Títulos e
Documentos da Comarca de Lucélia, sob o n.º 185 do Livro B e, publicado no
Diário Oficial do Estado, em Ineditoriais, na página
2, do dia 18 de março de 1978.
Seus fundadores são: Hamilton Di Stéfano
e Paschoal Milton Lentini. Desta idealização, surgiu
o esporte que hoje é praticado em todos os Estados do Brasil.
Nas grandes cidades, são jogadas partidas entre funcionários, empresários e a origem deste esporte está em nossa Lucélia,
conforme registros do Tênis Clube de Lucélia, Jornal Folha de Lucélia, O
Divulgador, Revista O Divulgador, Rádio Difusora de Lucélia e também a Rádio
Bandeirantes de São Paulo, quando tivemos a honra de contar com a participação
do ilustre radialista esportivo o Sr. Fiori Giliotti,
que na época fez a divulgação a nível nacional.
São 18 as regras do futebol-médio, conforme regulamento oficial,
registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos da comarca de
Lucélia, sob nº 185 do Livro B e, publicado no Diário Oficial do Estado em ineditoriais, na página 2, do dia 18 de março de 1978 .
De lá para cá, diversos torneios foram disputados em Lucélia,
milhares de partidas são disputadas por esse Brasil afora, e se recordar é
viver, temos que lembrar às novas gerações que este esporte praticado em todos
os cantos do Brasil e do mundo, por artistas, cantores e atletas em geral, foi
criado e idealizado em Lucélia.
Fundação
do Aeroclube
Data de 1º de janeiro de
Fundado por um grupo de pioneiros, tendo como principal
colaborador Dr. Luiz Ferraz de Mesquita. fundador da
cidade e primeiro prefeito nomeado.
Naquela oportunidade doou um terreno para ser o primeiro campo de
aviação. Neste terreno, hoje está parte da Vila Rancharia.
O primeiro Hangar do Aeroclube de Lucélia (foto ao lado) foi
construído em
Hoje no local do Hangar está construído o Colégio Missionário das
Irmãs de São José de Cluny (Colégio das Freiras).
De suas fileiras, saíram grandes nomes da aviação comercial que
hoje pilotam boeing e MD11.
Nas épocas áureas, proporcionou emocionantes eventos aeronáuticos, com
apresentação da esquadrilha da Fumaça, com os famosos aviões T-6M, comandados
pelo não menos famoso Cel. Braga.
Seu Estatuto encontra-se registrado no 2º Cartório de Registro de
Imóveis de Presidente Prudente, aos 18 dias do mês de janeiro de 1.943, pois
naquela época Lucélia ainda não era Comarca.
AEROCLUBE DE LUCÉLIA JÁ FOI O TERCEIRO
DO BRASIL EM FORMAÇÃO DE PILOTOS
Na década de 60, o Aeroclube de Lucélia era o 3º do país em
formação de pilotos. Neste período, o Aeroclube recebia jovens de diversas
cidades do estado de São Paulo e também do Mato Grosso e Paraná que aprendiam a
pilotar um avião aqui em Lucélia.
Neste período áureo, o Aeroclube foi destaque nacional, sendo
fonte de inspiração para uma matéria jornalística na extinta Revista Realidade,
da Editora Abril, que na época ao lado da Manchete
eram as principais revistas do Brasil.
O repórter José Severo, acompanhado do fotógrafo Armando Chiodi, vieram para Lucélia com o
objetivo de fazer uma matéria sobre o primeiro vôo de um piloto. O jornalista
da Realidade acabou tomando o banho de óleo e voltou com a matéria "VOEI", onde
relata passo a passo sua estadia em Lucélia, a vida cotidiana da pequena e
jovem cidade da Nova Alta Paulista, seus personagens populares, intrigas e o
dia a dia da aula de pilotagem que ele teve no Aeroclube de Lucélia, com o
instrutor Cassimiro Anheschivich,
mais conhecido como "Russo".
Na reportagem, é relatado que o Aeroclube de Lucélia apresentava
na época o maior índice de aprovação do interior do Brasil, ficando na honrosa
terceira colocação, atrás apenas do aeroclube e da escolinha de São Paulo.
Lucélia recebia estudantes de várias localidades. Todos os anos apareciam
candidatos de todos os cantos do Brasil, sem dinheiro, sem bagagem e sem nada a
prometer, apenas com o certificado de aprovação num exame teórico, pedindo que
os ajudassem a ser piloto.
Esta fama de Lucélia possuir o melhor Aeroclube do Brasil era pelo
preço cobrado, barato para a época. O preço por hora aula era três a quatro vezes inferior ao preço cobrado nas grandes cidades.
O valor cobrado pelas aulas não cobria as despesas com gasolina e, a
sobrevivência do Aeroclube se dava com rifas, quermesses e doações.
O repórter da Realidade recebeu instruções de vôo com Cassimiro e também passou pela experiência de voar sozinho
e tomar o tradicional banho de óleo.
Era costume logo após realizar seu vôo solo, o piloto ser recebido
com festa, tendo suas roupas rasgadas e acabar tomando banho de